Como assim planejar o puerpério? Calma eu explico.
Quando engravidamos, começamos a olhar lá pra frente, para os próximos meses e anos que, muito provavelmente, serão caóticos. Privação de sono, dedicação total a um novo serzinho que está por vir, além de termos que continuar equilibrando os pratinhos já existentes na nossa vida. Junta todo esse malabarismo com o turbilhão hormonal e temos a receita perfeita para jogar todo e qualquer planejamento pelos ares.
Aí que você se engana, aí que você está interpretando as coisas de forma errada.
Como eu planejei o meu puerpério?
No momento em que escrevo esse post, minha filha está com pouco mais de um mês, então acredito que já posso dizer que o meu planejamento funcionou (afinal já voltei a trabalhar e ainda não enlouqueci. risos.).
Quando parei para refletir em como seria esse período, pensei no pior. Pensei em um bebê que não parasse de chorar, que eu ia estar absurdamente cansada (estou cansada, não se engane, mas não tanto quanto eu previa), e que ia precisar de toda ajuda externa possível. Pensar dessa forma fez com que eu criasse mecanismos, durante a gestação, que me ajudariam a passar por essa fase complexa.
A primeira coisa que fiz foi montar um planner dedicado à casa. Essa ferramenta seria (e é) importante para que não apenas eu soubesse das tarefas e compromissos familiares, mas também o meu esposo (e possível rede de apoio) tivesse acesso. Nesse planner eu montei listas que antes só estavam na minha cabeça. Foram elas:
*Alimentos que me fazem mal: caso alguém fosse cozinhar pra mim
*Refeições favoritas: para aquele momento que estamos sem ideias do que fazer
*Restaurantes favoritos: aqui eu dividi entre lanches e comida saudável, também para facilitar a escolha e diminuir a fadiga por decisão
*Tele-entregas favoritas: mesmo caso anterior
*Lista básica de Mercado: com aquelas coisas que sempre temos em casa
*Lista básica de feira/hortifruti: idem acima
Com essas listas, qualquer pessoa que esteja aqui como rede de apoio pode ir ao mercado, feira, cozinhar ou pedir comida.
E o trabalho?
Quem trabalha CLT tem no mínimo 4 meses de licença maternidade e poderia parar de ler esse post por aqui. Mas nós, empreendedoras, não temos essa oportunidade (embora tenhamos outras, mas isso é papo para outra hora). Normalmente precisamos voltar ao trabalho logo em seguida, conseguimos ficar um mês "paradas" e olhe lá.
Para conseguir continuar pagando meus boletos, já fui preparando minhas clientes e minhas rotinas desde a gestação. Mudei o formato de produção dos meus produtos, que antes eram feitos sob demanda, e agora trabalho com estoque; para que isso fosse possível, diminuí a variedade de produtos disponíveis; facilitei o processo de embalagem para que meu esposo também conseguisse embalar pedidos; e fechei temporariamente mentorias e vagas de personalização.
A vida pessoal
Outras coisas que fiz para me ajudar a passar por esse período de forma mais leve foi deixar o cabelo crescer, caso eu sentisse a necessidade de uma mudança física. Também dou a liberdade do meu esposo cuidar da nossa filha, criar laços com ela e se sentir confortável em fazer tudo (exceto amamentar pois faltam-lhe as "ferramentas". risos.). Vejo muitas mães com medo de como o pai irá cuidar da criança e podando a interação entre eles, mas isso também vai impactar diretamente em como será todo o puerpério dessa mulher e em toda a dinâmica do casal.
Concluindo...
Sim, é possível planejar um puerpério. Para isso, você precisa estudar o seu comportamento e necessidades quando o seu nível de estresse está alto, e o que você pode fazer para manejar isso. Precisa aprender a definir prioridades (aqui as prioridades são nossas necessidades pessoais de alimentação, higiene, saúde e lazer, depois trabalho e, por último, limpeza e organização da casa). É necessário conversar com a sua rede de apoio e estabelecer combinados e expectativas para esse período. E, por último, mas não menos importante, criar processos e usar ferramentas que simplifiquem a vida.
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